quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meus Oito Anos

       Dia Das Crianças!!


 Oh! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida                                                  Rosa da minha Vizinha
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
Á sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
Respira     alma            inocência
Como perfumes, a flor;
O mar é- lago sereno,
O céu- um manto azulado,
O mundo- um sonho dourado,
A vida-  um hino de amor!



              
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodias
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas, cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias  da minha infância!
Oh! Meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha  nessas delícias
De minha mãe as caricias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa, aberto o peito,
_pés descalços, braços nus-
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis.

Naqueles   tempos ditosos,
Ia colher as pitangas,
Trepava   a tirar as mangas,
Brincava á beira do mar;
Rezava as Ave-Marias,
Achava o céu sempre linda
Adormecia sorrindo                                          Nossa cachoeira
E despertava a cantar!





                                                   


Oh! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
-Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu

Fotos Alderico A. Steffani