domingo, 7 de agosto de 2011

minha infancia

                                                                                                                                                                                                        E tem mais isso agora!! Como se quem é pai, não seria, se não fosse lembrado sempre.Por outro lado é bom pra que as lembranças vão mais alem.Se intensifiquem.
A primeira que me ocorre,é que quando eu tinha 6 ou 7anos,passei por baixo de uma cerca de
arame,para pegar uma lida rosa do quintal da vizinha.Que mal isso poderia ter?? Um dos cães da casa chegou” calado”e “crau”na minha perninha.Foi um berreiro só.
Meu pai foi até a casa de D. Catarina,pedir um pouco de pelo do famigerado,
pois a “comadre” falou que torrado,moído e posto sobre a mordedura,                   
seria um santo remédio.Não sei bem o que meu pai ouviu. Chegou sem o medicamento,carrancudo e resmungou:

_Mas é baaarbaaridade!!!           (escapei por pouco!! Ufa)

              Aos 7 anos fiz minha primeira comunhão.Já sabia o catecismo decor.Era pequeno e bem fininho. (os outros só os padres poderiam interpretar) Principal pergunta:
_Para que vivemos na terra?                     Principal resposta:
_Para salvar a nossa alma.    
Em Lages, as  vezes fazia  frio até mesmo em 8 de dezembro. Estava assim naquele dia quando saí andando muito rápido e só, pra não atrasar. Deveria estar na Igreja do Rosario ,que ficava a uns 400 mts as 7:30.Meus pais e irmãos viriam mais tarde.
Estava preocupada em não sujar meu vestido maravilhoso (feito por D. Mariquinha, a melhor costureira do coral).Quando levantei os olhos, um vaca “braba”,preto e branco,vinha na minha direção.
Meia volta volver. Pernas pra que te quero!!Abri o berrador. Tudo junto e ao mesmo tempo.
_Paaai,olha a vaaaca!Paaai.Paaaaai!
Meu Pai apareceu no portão correndo também !!
Agitando os braços e gritando, afastou rapidamente o monstro (tadinha da vaca)
Sorri para meu herói e voltei a andar com passos mais rápidos ainda.

Ao lembrar essa passagem, estou chorando.Bem mais que aquele dia.

                                   Semana dos Pais 
Segunda Feira
                     Então eu tinha dez anos. Mil novecentos e cinqüenta e três. Quarto ano do primário. Por conta da má vontade de Irmã Raingarda (também com um nome destes) fui reprovada! Só porque eu gostava de falar em aula, rir as vezes sem motivo....Mas ela não deixava barato. Levei muitas réguadas, sobre as quais nunca comentei em casa, senão ia sobrar pra mim. Decidi não estudar mais! A Irmã não levou em conta que, eu era sempre a primeira a levantar a mão, quando ela perguntava quem gostaria de ficar Sábado, após a aula para limpar a sala. 
Sábado era legal!  Nem dava tempo de falar. A  aula ia só até as dez horas. Bandeira do Brasil asteada,  cantávamos o Hino Nacional, no pátio, com empolgação! Mão no peito. Lado esquerdo, sobre o coração. Acho que a gente nem piscava pra não perder a emoção.

PATRIA AMADA BRASIL!
Com sentimento de filhas amadas a gente ia para a sala de aula. Após a aula, a limpeza da sala, sempre feita por duas alunas. A Irmã parecia outra. Tão boazinha! Na hora de sair, alguns caramelos depositados em nossas mãos. (será que eu ficava por causa  deles ???)
HAAA,  é.Decidi não fazer minha matrícula para o ano seguinte.Quando falei pra minha mãe ela não achou graça nenhuma.Meu pai chegou,ela disse à ele:
_Olha aí Bepe! Essa menina diz que não vai mais estudar!
_Pra casar não precisa de estudo! Mande  ela aprender tricô, corte e costura, cozinhar...
È isso que ela tem que saber.
Gente,  foi maravilhoso ouvir isso de meu pai naquele momento. No alto de meus dez anos me senti a pessoa mais importante do mundo. Ele estava do meu lado.
Meu pai teve oito meses de estudo. O mais a vida lhe ensinou. Junto com minha mãe criaram oito filhos.Nunca  deixou de trabalhar.E também nunca nos faltou o carinho, a atenção, o amor que sempre teve com todos



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